sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Windows: Qual a diferença entre edição “OEM” e “Retalho”

Já tentou comprar uma licença do Windows na Amazon ou outra loja online? E em lojas nacionais, como a FNAC ou a WORTEN?

Parece simples, mas nem sempre é. A realidade é que vai encontrar licenças System Builder (OEM), mais baratas e licenças Full Version (Retalho), mais caras.

Então a pergunta que se coloca é: Qual a diferença entre estas versões?

Antes de mais, devemos esclarecer que, no que toca a funcionalidades, ambas as edições são idênticas, i.e., instalando uma versão OEM ou uma versão de Retalho, o seu Windows funciona da mesma forma.

Vamos ver um pouco mais em detalhe as diferenças.

As licenças destinam-se a alvos diferentes

Os dois tipos de licença diferem conceptualmente. A licença OEM é destinada aos fabricantes e integradores de hardware, que constroem computadores para depois vender a terceiros, enquanto a licença de Retalho se destina ao público em geral (pelo menos em teoria – a realidade é que a maioria dos utilizadores não compra o Windows numa caixa).

Licenças Versão Completa/Retalho (Full Version/Retail)
Estas são as licenças standard para o consumidor do Windows. Elas foram projectadas para os normais utilizadores de computadores, que pretendem comprar uma licença para actualizar a sua máquina para uma nova versão do Windows. Este tipo de licença permite ao utilizador instalar o Windows em qualquer computador e mesmo mudar para outro, mas a mesma licença só pode estar instalada num único PC em cada momento.

Se alguma vez entrou numa loja de informática e viu uma caixa com o logo do Windows, numa prateleira, então estava a olhar para uma edição de Retalho do Windows.

Licenças Integrador Sistemas/OEM (System Builder/OEM)
Estas licenças são usadas pelos fabricantes de computadores (OEM – Original Equipment Manufacturers). São usadas não só pelos grandes fabricantes como IBM, Asus ou Dell, como pelos pequenos integradores e lojas locais de informática, onde podemos comprar computadores com configurações à medida. Este tipo de licença fica vinculada ao PC onde é instalada a primeira vez, para sempre. Não pode ser usada noutro PC.

Posso usar uma licença OEM?

A Microsoft tem alternado a sua política no tocante a permitir ou não que os normais entusiastas da computação usem licenças OEM, quando constroem as suas próprias máquinas.

No Windows XP, Windows Vista, e Windows 8, era permitido.
No
Windows 7 e agora no Windows 8.1, não é permitido.

Mas não vai saber isto a não ser que leia as letras miúdas das licenças.

Antes do Windows 7, a compra de uma licença OEM para o seu próprio PC era perfeitamente legítima. Com o Windows 7, a Microsoft alterou as populares licenças OEM do Windows. As pessoas normais deixaram de estar autorizadas a usá-las para construir seus próprios PCs, mas a Microsoft continuou a vender massivamente as licenças OEM a essas mesmas pessoas. Por exemplo, este ainda é o S.O. mais vendido na Amazon e a Microsoft sabe porquê: porque as pessoas normais compram a versão OEM (mais barata).

 

A Microsoft viu que a desregulação do licenciamento OEM do Windows 7 estava de loucos, por isso resolveu corrigir a situação no Windows 8 - foi acrescentada uma permissão de “Licença de Uso Pessoal”, à licença OEM do Windows 8. Isso significa que pode comprar uma licença Windows 8 OEM e usá-la num computador que esteja a montar em casa, para seu uso pessoal.

No fim de contas, as pessoas estavam a usar licenças OEM nas suas máquinas pessoais e a Microsoft acabou simplesmente por normalizar a situação que ela própria tinha criado com a alteração ao licenciamento do Windows 7.

Entretanto, chegou o Windows 8.1, que é considerado pela Microsoft como um S.O. completamente novo. E tem novas regras de licenciamento também. A permissão de uso pessoal foi retirada da licença OEM, voltando à situação do Windows 7, sendo apenas permitida para integradores que montem máquinas para revenda.

Esta questão está claramente resumida no guia de licenciamento para uso pessoal, para parceiros OEM, da Microsoft (pode ser consultado aqui):

No entanto, já passou mais de um ano e continuamos a encontrar as cópias OEM do Windows 8.1 no topo de vendas da Amazon ou da Newegg. As pessoas continuam a comprar estas licenças, que representam uma poupança significativa, relativamente às versões de Retalho. Claramente, são compradas para uso pessoal e não por integradores ou fabricantes de computadores.

A informação sobre o licenciamento nestes sites não dizem claramente “ESTA LICENÇA NÃO É AUTORIZADA PARA USO NO SEU PRÓPRIO PC”, que é o deveria dizer se a Microsoft pensasse em levar a sério os termos do seu contrato de licença OEM. Quando pesquisa o Windows 8.1 no site da Amazon, é exibida uma mensagem que diz mais ou menos isto: “Se for um integrador de sistemas, a Amazon oferece-lhe produtos Windows OEM. Caso contrário compre os nossos títulos Windows 8.1”. Esta mensagem é demasiado vaga – qualquer pessoa que esteja a montar o seu próprio PC, pode pensar que é um integrador de sistemas. Mas não é - pelo menos de acordo com os termos da licença do Windows 8.1. Todavia, com o Windows 8, já era um integrador de sistemas. No Windows 7 também não era, mas nos anteriores era. Confuso o suficiente? Bem, as pessoas podem estar confundidas, mas as licenças OEM continuam a vender bem. Winking smile

Limitações das licenças OEM

Apesar de mais baratas, as licenças OEM têm algumas limitações (legítimas):

  • Licença só pode ser usada num único PC
    Após instalar a sua cópia OEM do Windows, a licença fica vinculada ao computador, para sempre. Especificamente, fica vinculada ao modelo de motherboard. A licença OEM fica associada a um único sistema, enquanto com uma licença de Retalho pode usá-la noutro computador, no futuro.
  • Sem suporte directo da Microsoft
    Não dão direito a suporte directo e gratuito por parte da Microsoft. A licença OEM estipula que o construtor do sistema é o responsável por fornecer o suporte – quando compra um computador com versão OEM do Windows, é suposto a empresa ou pessoa que que lho vendeu providenciar o suporte. Se montar o seu próprio computador com uma licença OEM do Windows, então é responsável por fornecer o seu próprio suporte. Claro que as licenças Windows OEM permitem obter e instalar as actualizações do Windows Update.
  • Escolher 32 bits ou 64 bits na compra
    Quando compra uma versão OEM do Windows, tem que escolher a media de instalação de 32 bits ou de 64 bits, enquanto na versão de Retalho, a mesma media permite instalar a edição de 32 bits ou a de 64 bits. Como a licença OEM é para usar num único PC, espera-se que a escolha da versão 32 bits ou 64 bits seja feita no momento da compra (claro que hoje em dia, deve querer apenas a edição de 64 bits, de qualquer forma).
  • Não pode ser usada para atualizar o sistema
    A cópia OEM do Windows não pode ser usada para actualizar uma versão mais antiga do Windows – p.ex., a atualização do Windows XP para o Windows 7, ou do Windows 7 para o Windows 8.1. A licença está projectada para instalação em PCs novos, que ainda não tenham qualquer sistema operativo.

Que licença devo comprar?

Supondo que não tem problemas em ultrapassar os constrangimentos do licenciamento, uma versão OEM do Windows faz muito sentido se você for um geek, a construir o seu próprio PC. Se estiver disposto a vincular essa cópia do Windows ao seu hardware e não precisar ligar para o suporte da Microsoft, pode economizar algum dinheiro.

Quanto dinheiro vai poupar, depende da edição do Windows que quiser comprar e da loja onde comprar, mas, numa loja como a Amazon, consegue economizar entre os 15% e os 40%.

A Microsoft já não comercializa versões de Retalho do Windows 7, embora continue a vender versões OEM. Isto leva a situações de termos as poucas licenças de Retalho, ainda disponíveis, a custar 4 ou 5 vezes o valor da versão OEM.

Referências

“What’s the Difference Between the “System Builder” and “Full Version” Editions of Windows?”, de Chris Hoffman para a How-To-Geek.

"Microsoft is Misleading Consumers With Windows 8.1 System Builder Licensing", de Chris Hoffman para a How-To-Geek.

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